Por que a ansiedade e a depressão andam de mãos dadas com o vício
O Vício como uma “Automedicação”
Muitas pessoas com ansiedade ou depressão buscam nas drogas uma forma de “automedicação”. A ansiedade, com sua agitação e preocupação constantes, pode levar alguém a usar substâncias depressoras, como o álcool, para relaxar e acalmar a mente. Já a depressão, caracterizada por tristeza profunda e falta de energia, pode ser um gatilho para o uso de estimulantes, como a cocaína, na tentativa de obter uma euforia e um ânimo temporários.
O alívio proporcionado pela substância é rápido e imediato, mas essa solução é ilusória. A sensação de bem-estar dura pouco e, na maioria das vezes, o problema de fundo (a ansiedade ou a depressão) piora após o efeito da droga passar.
Como o Vício Gera Ansiedade e Depressão
A dependência química não apenas agrava problemas mentais preexistentes, mas também pode causar ansiedade e depressão. Isso ocorre por vários motivos:
- Química cerebral: O uso contínuo de drogas “sequestra” o sistema de recompensa do cérebro. Com o tempo, a produção natural de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina (ligados ao humor e ao bem-estar) é drasticamente reduzida. O cérebro fica menos sensível a esses estímulos, resultando em sintomas de depressão, como apatia e falta de prazer, mesmo sem a droga.
- Sintomas de abstinência: Quando a pessoa tenta parar de usar, os sintomas de abstinência são intensos e incluem ansiedade, irritabilidade, insônia e depressão profunda. Essa fase é uma das principais razões para as recaídas, já que a pessoa busca a substância para aliviar o desconforto.
- Danos à vida pessoal: O vício causa danos em todas as áreas da vida: perda de emprego, problemas financeiros, isolamento social, conflitos familiares e sentimentos de culpa e vergonha. Essas perdas e o estigma social são fatores que contribuem diretamente para quadros graves de ansiedade e depressão.
Em resumo, o vício e os transtornos mentais, como ansiedade e depressão, formam um círculo vicioso. A pessoa usa a droga para aliviar a dor emocional, mas a droga, a longo prazo, piora a dor e aprofunda o problema. Por isso, o tratamento eficaz da dependência química deve ser completo, abordando não apenas a abstinência, mas também os transtornos mentais associados. Abordagens como as oferecidas pelo Centro Terapêutico Adonai são fundamentais, pois tratam a pessoa de forma integral, reconhecendo a interligação entre o corpo e a mente para uma recuperação duradoura.
